Torcedor do Indianápolis Colts desde 1991, Marco Bucci, 30 anos e solteiro, acompanha a NFL desde os anos 90, influenciado pela dupla da moda Joe Montana – Jerry Rice.
Bucci nasceu em Roma, porém mudou-se para o Brasil ainda bem pequeno. Cresceu e viveu no interior de São Paulo. Formado em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba, onde também iniciou o curso de Mestrado em Educação Física no Núcleo de Performance Humana.
Sua família ainda reside na cidade de Piracicaba, porém, Bucci mudou-se para a grande São Paulo, com o intuito de finalizar seu Mestrado nos Laboratórios de Ciências Biomédicas da USP. Atualmente Marco Bucci é o Diretor Administrativo da LPFA (Liga Paulista de Futebol Americano).
Equipe do Locomotives: Marco esta usando óculos escuro no centro
Sideline: Quando começou a praticar o futebol americano de bandeira?
Marco Bucci: Comecei a praticar o esporte com amigos de uma forma totalmente descompromissada no final dos anos 90. Quando me mudei para São Paulo, resolvi montar um time para disputar a Liga Flag com mais dois amigos.
Desde o começo tivemos a intenção de montar um time competitivo e começamos a recrutar pessoas pela internet de acordo com o biotipo que precisávamos para cada posição. Desta forma criamos o Metropolitan Locomotives em fevereiro de 2006, com pessoas de todos os cantos da cidade. O time começou a treinar todo fim-de-semana com muita dedicação e seriedade. Os resultados desse trabalho da equipe foram os dois títulos nas duas competições que disputamos.
Sideline: Qual a sua avaliação entre o Flag e o futebol americano praticado com tackles?
Marco Bucci: Eu sei que muitas pessoas que não gostam de flag vão criticar a minha opinião. Eu acredito que o flag é necessário para a prática do tackle pelo simples fato de que é o melhor instrumento pedagógico desse esporte. Os jovens americanos aprendem a jogar futebol americano através do flag antes de jogarem no high school. Há muitos jogadores aqui no Brasil que tiveram a oportunidade de jogar futebol americano nos Estados Unidos. Tenho certeza que todos eles concordam que tackle não é simplesmente vestir o capacete e dar cabeçadas nos outros... Existe toda uma técnica por trás disso.
Se avaliarmos as possibilidades pelo ponto de vista econômico, veremos que o flag é um método de fácil inclusão nas escolas, devido ao baixo custo de implantação. Em minha opinião, todas as ligas estaduais deveriam ter um espaço para o flag em seus projetos. É a melhor e mais barata maneira de implantarmos a cultura do futebol americano nos jovens. Após este aprendizado, estaremos prontos para a prática responsável de tackle com equipamentos.
Sideline: Quando começou a fazer parte da organização e administração da Liga de São Paulo?
Marco Bucci: Após o primeiro título, em julho de 2006, entrei na administração da Liga Flag e começamos um trabalho de expansão da liga. Até então a liga era extremamente amadora e até certo ponto “fechada” para novatos e novidades.
Com sangue novo da administração, registramos a liga com o nome de LPFA – Liga Paulista de Futebol Americano - com o intuito de começarmos a criar, além das competições de flag, a estrutura necessária para a prática de tackle com equipamentos.
A ajuda da ESPN e da revista Lance foi fundamental para este crescimento. Através dessa boa relação com a imprensa, criamos e divulgamos um DRAFT para as equipes. Além disso, estimulamos e demos suporte para a formação de equipes novas. O resultado desse projeto foi colhido nesse ano quando aumentamos o número de equipes de 7 para 23, e de pouco mais de 100 para mais de 400 jogadores inscritos.
Bucci (à esquerda) ao lado do comentarista Paulo Antunes da ESPN Brasil
Sideline: Como anda a divulgação do esporte por todo o estado de São Paulo?
Marco Bucci: Graças ao apoio da ESPN, conseguimos fazer com que equipes de outras cidades entrassem para a liga. Diadema, Santo André e São Bernardo do Campo são equipes da Grande São Paulo que participam da competição. Além destas, Valinhos, Sorocaba, Barretos e Lençóis Paulista, representam o interior do estado na liga. Também temos contatos com outras equipes em formação em outras cidades do interior que deverão entrar na liga nas próximas competições.
Sideline: Como foi a repercussão do amistoso realizado no Parque do Ibirapuera neste último fim de semana?
Marco Bucci: Antes de tudo, o jogo foi ótimo. Era uma reedição da final do ano passado e as equipes dos Locomotives e Steamrollers desfrutam de uma grande amizade fora do campo. Foi um jogo muito equilibrado, duro e disputado. Mas o placar do jogo não era o mais importante. O que realmente importa é que a administração do Ibirapuera vai nos ajudar a recuperar a Praça da Paz, tradicional ponto do futebol americano de São Paulo. A ajuda da administração do parque é imprescindível nas negociações com o Secretário do Verde do município da capital.
Jogadores das duas equipes juntas, no importante amistoso para Liga.
Sideline: Qual a sua perspectiva para a próxima temporada da Liga?
Marco Bucci: Com certeza teremos o campeonato mais equilibrado e tecnicamente superior da história da liga. As equipes finalistas do ano passado ditaram o rumo para o crescimento da competição. Hoje todas as equipes estão se espelhando nelas, treinando com seriedade, recrutando jogadores de acordo com o biotipo adequado... Enfim... Continuamos sendo amadores, porém, com um pensamento competitivo profissional.
Para o futuro próximo, acreditamos que com trabalho sério e o apoio da imprensa, poderemos organizar grandes coisas. A nossa expectativa é a de conseguirmos montar o primeiro campeonato de tackle com equipamentos, no ano de 2008.
Sideline: Deixe uma sugestão no Sideline, com relação ao processo de divulgação do esporte praticado no Brasil.
Marco Bucci: Ao me pedir uma sugestão, eu devo pensar nos problemas que o nosso esporte encontra no país e como evitá-los. Eu poderia dizer o que os problemas do futebol americano no Brasil são os mesmos que todos dizem... Que é a questão cultural e o preconceito. Mas essas são coisas que a globalização por si vai cuidar. Afinal já embutimos no nosso dia-a-dia vários costumes de outros países. Não podemos dizer que o brasileiro foge da cultura americanizada. Somos tão consumistas quanto eles.
Em minha opinião, o maior problema está justamente nas instituições que tocam o esporte. Ou melhor, tudo se resume à falta de educação social. Falta muita ética, caráter e integridade nas pessoas. O dia que as instituições forem administradas por pessoas com essas qualidades, o esporte vai crescer.
Acredito que todos os jogadores e equipes precisam se unir e cobrar este tipo de comportamento dos seus dirigentes. Existem pessoas que proclamam a nobre vontade de “ajudar o esporte a crescer no país”. Entretanto, algumas destas pessoas colocam o próprio nome à frente da instituição que administram, ou seja, procuram autopromoção num mercado em expansão. Não precisamos disto... Precisamos de iniciativas e de projetos responsáveis e viáveis.
Procurem e apóiem as pessoas capazes que possuem as qualidades que eu citei acima. “Pessoas decentes fazem empresas decentes”.
A imprensa já está observando o esporte. Ela só está aguardando a organização dar as caras por aí...
Segue o vídeo do amistoso disputado no Parque do Ibirapuera:http://www.youtube.com/watch?v=WFSW7JDkQ4w
Esse espaço esta aberto para qualquer praticante do futebol americano, quem tiver interesse de participar basta entrar em contato através do e-mail jaysonbraga@hotmail.com . Onde terei o maior prazer de divulgar suas idéias pela bola oval. Participem!
6 comentários:
Parabens pela entrevista!!! E ótima escolha! O Marco é um dos maiores responsáveis pelo crescimento do esporte no nosso estado (SP), e um jogador de primeira qualidade! Alem de saber o que está dizendo. ;)
Abraços,
Mario L.
Jayson
O futebol americano precisa de iniciativas como a sua. Continue divulgando todos os eventos no país com essa qualidade.
Parabéns pelo maravilhoso trabalho e obrigado pela oportunidade!
Abraços
É uma pena que pessoas de grande porte financeiro nem se importam com nossas expectativas. Outra coisa, muitas empresas poderiam apoiar, incentivar e patrocinar, visto que elas, empresas, podem "doar" até 4% do seu Imposto de Renda para atividades como esta, além de ser uma Responsabilidade Social perante a sociedade.
SP saiu na frente. Agora quero ver iniciativas como estas em estados como o meu, Rio Grande do Sul. Que adianta times, se não há organização? Afinal, times, aqui, temos um n° mínimo para a prática "oficial" deste esporte.
Aquele abraço
Leonardo Nunes Nunes
A respeito dos assuntos citados, faço as palavras do Marco, minhas palavras, não tirando nada.
Gostaria de aproveitar e parabenizar pela idéia que tiveram de colocar uma entrevista com este cara que está sendo um dos principais fatores de difusão do esporte no Estado de SP.
No nosso caso, de Lençóis Paulista, tínhamos consciência, mas nem pensávamos em estar neste intercâmbio. Graças a disponibilidade e incentivo desse carinha, hoje temos um time que ficou mais entusiasmado e empolgado em treinar para que um dia possamos estar competindo juntos!
Sempre agradeceremos pela hospitalidade e companheirismo pela nossa visita e participação em amistosos.
Abraços
Parabéns pela entrevista !!
e tenho maior vontade de praticar esse esporte...
fico feliz que o esporte está tendo uma divulgação maior no estado de(SP)
como faço para praticar ??
abraço e boa sorte
RAFAEL GUERRA
kehyllguerr@hotmail.com
Eu sempre quis praticar esse esporte, quando posso sempre assisto na tv, queria saber como faço pra praticar.
paulo_robertoab@hotmail.com
abraços
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