Eu pratico o Futebol Americano!

O Sideline inaugura um espaço para aqueles que praticam o futebol americano no Brasil. Com isso, iremos conhecer mais de perto os nossos "atletas amadores" apaixonados pela bola oval por todo o país.
Neste primeiro encontro, apresento-lhes Ernani Costa Valerio, um apaixonado pela bola oval desde o início dos anos 80 e por diversão com amigos nas dunas de Santa Catarina, pratica o esporte até hoje.
Com 36 anos e casado, Ernani é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina e possue MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas.
Nascido na cidade de Tubarão acabou adotando após ter crescido e vivido sua maior parte da vida, a cidade de Florianópolis para viver até os dias atuais.

Primeira formação e os primeiros uniformes do Black Knights (primeiro da direita para esquerda agachado)

Sideline: Quando começou o seu interesse pela bola oval e quando começou a praticar o esporte?
Ernani Costa: Comecei a assistir jogos da NFL no início dos anos 80 e me apaixonei pelo esporte. Foi a melhor fase dos 49ers, com o Montana, Clark, Lotte e Cia.
Comecei a praticar o esporte por diversão com amigos nas dunas da Praia do Santinho em Florianópolis em 1991. Ficamos jogando por uns anos, mas nunca foi muito sério. Quando morava em Ponta Grossa, em 2000, conheci uma turma de Curitiba na lista Redzone e começamos a jogar todos os domingos naquela cidade. Futuramente, este grupo formaria o Curitiba Brown Spiders em dezembro de 2001. Durante o ano de 2001, começou a ficar complicado e caro viajar todos os domingos pra Curitiba pra jogar, então decidi, junto com um amigo que também ia a Curitiba jogar, montar um time em Ponta Grossa. O projeto deu certo e, em novembro de 2001, fundamos o Ponta Grossa Black Knights, primeiro time de futebol americano do Paraná.

Sideline: Por quantas equipes você já atuou?
Eranani Costa: Conforme já mencionei, as mudanças entre times foram provocadas pelas transferências ocorridas a trabalho de uma multinacional.
Curitiba Brown Spiders (jogador antes do time ser oficializado; na época o time ainda não tinha nome)
Ponta Grossa Black Knights (Fundador, Diretor Presidente e jogador)
Joinville Panzers (Coordenador de OL/DL e jogador)
Porto Alegre Pumpkins (Coordenador Defensivo e jogador)
Floripa Istepôs (jogador; neste caso, só tive 2 meses de treino)
Durante o ano de 2001, aproveitei viagens profissionais ao Rio de Janeiro, para treinar com o Copacabana Eagles do meu amigo Franz.

Sendo entrevistado para uma emissora de TV paranaense em 2002.

Sideline: A LCFA cresce a cada ano, existe algum planejamento de integração e ajuda na formação de novas equipes no estado?
Ernani Costa: Sim, a Direção da Liga mais os Admirals e os Panzers, os times mais tradicionais, incentivam a formação de novas equipes. No caso deste ano, a LCFA conta com um novo time em Blumenau. Já foram dois times no passado. No último ano passamos para 4 times e neste ano são 5.

Sideline: Quais são os métodos preventivos utilizados pela Liga, no intuito de proteger a integridade física dos atletas?
Ernani Costa: Infelizmente ainda estamos engatinhando neste assunto, tanto com relação a regras, arbitragem e punições, quanto à estrutura de atendimento de emergência durante os jogos.

Sideline: Qual a maior dificuldade encontrada pelos times que disputam o campeonato?
Ernani Costa: Estrutura e apoio. Alguns times ainda não possuem diretorias maduras, com pessoas profissionalmente capazes, o que dificulta a evolução dentro de campo e a captação de recursos e apoio de instituições e empresas. A situação está melhorando aos poucos e a visibilidade que a imprensa está começando a dar aos jogos vai ajudar a acelerar este desenvolvimento. Um bom exemplo de desenvolvimento técnico é o Porto Alegre Pumpkins, que possui uma estrutura de assistentes técnicos que capturam todas as informações possíveis durante o jogo, montando um banco de dados que possibilita a análise criteriosa do desempenho do time e de cada jogador nos treinos e nos jogos. A comissão técnica tem a sua disposição, com precisão, informações semelhantes às que vêem no FA profissional nos Estados Unidos: eles têm todas as estatísticas coletivas e individuais que estamos acostumados e até uma espécie de Full Play-By-Play com o histórico completo de um treino coletivo ou jogo. É óbvio que eles não divulgam essas informações porque elas protegem a estratégia de jogo do time.

Sideline: Qual a sua perspectiva sobre o futebol americano praticado no Brasil?
Ernani Costa: O esporte vem crescendo mais rápido a cada ano. A internet foi decisiva para o início deste crescimento. O interesse da ESPN em anos anteriores também. A própria NFL já deu alguns sinais de interesse. Os grupos de torcedores e as associações sempre atuantes promoveram a divulgação e o aumento do conhecimento das regras, estrutura e estratégia. Hoje já temos sites especializados no esporte mantidos por brasileiros. Porém somente a constante prática do esporte em todas as suas modalidades irá garantir o futuro do FA no Brasil. Os times existentes são a alavanca de crescimento do esporte no país, geram o interesse da imprensa nacional (e conquistá-la será fundamental para o FA no Brasil), divulgam o esporte na comunidade e começam a ter a atenção de empresários.

Esse espaço esta aberto para qualquer praticante do futebol americano, quem tiver interesse de participar basta entrar em contato através do e-mail jaysonbraga@hotmail.com . Onde terei o maior prazer de divulgar suas idéias pela bola oval. Participem!